"... Por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim.

Doce ou atroz, manso ou feroz... eu, caçador de mim..."

Milton Nascimento











segunda-feira, 26 de abril de 2010

Discutir a relação

Acho que ainda não inventaram nada pior do que o tal de "Discutir a relação". Como é desgastante, essa situação. Sempre começa com um simples comentário, que vai se estendendo, e um fala, e o outro retruca, e o outro não aceita e fala mais, e quando se vê, pronto, está armada a confusão. E na maioria das vezes, pelos motivos mais banais que se possa imaginar.

E aquela, que era pra ser uma conversa amigável, acaba se transformando numa briga interminável e que sempre deixa marcas profundas. Palavras mal ditas, ofensas, trocas de farbas, e em alguns casos, ocorre até de um ficar sem falar  com o outro por algumas horas ou até mesmo alguns dias.
Daí, depois que os ânimos se acalmam, vem a outra parte difícil, resolver o problema que foi criado sem a menor necessidade.

Quando as partes começam a voltar ao normal, o coração começa a desacelerar, a gente cai na real e junto vem o arrependimento, a vergonha, e uma necessidade tremenda de desculpar-se pelos poucos segundos de uma esteria mútua e desnecessária.

Uma discussãozinha básica uma vez ou outra, até faz parte de qualquer relacionamento. Ninguém consegue viver com outra pessoa as mil maravilhas vinte e quatro horas por dia. Mas o grande problema, é quando esses pequenos debates, começam a fazer parte integral da sua vida e o simples fato de um mudar o canal da televisão, ser motivo para que a guerra se estabeleça. Quando as coisas começam a chegar nesse ponto, é hora de párar, refletir, e tentar reverter a situação, para que a relação não se desgate tanto ao ponto de um não querer mais estar na companhia do outro. Não é isso que a gente quer quando encontramos alguém que parece ser a nossa outra metade, e fazemos planos de dividir uma vida inteira, de construir uma história juntos. Quando juramos amor eterno e sonhamos com uma família linda, unida e cheia de filhos.

Quando essas discussões passam a ser rotina, o amor fica em segundo plano, e as nossas atitudes tornam-se hostis e ofensivas, e isso faz com que todos os sonhos sejam questionados e é assim que uma relação começa a caminhar para o fim.

A vida já é tão dura! É tudo tão difícil! Porque preferimos usar o tempinho que temos pra ficar junto de quem amamos, com brigas e discussões com motivos fúteis, ao invés de aproveitar o máximo cada segundo, fazer carinho, cuidar, se divertir, ser feliz?

 Levamos a vida muito à sério. Temos o péssimo hábito de achar que temos que impor regras e limites, que temos que seguir um padrão ( que na verdade nós mesmos criamos) para que uma relação seja sólida. Quem foi que disse que existem padrões? Onde é que está escrito que existem regras para ser feliz? Perdemos tanto tempo fazendo cobranças e estabelecendo normas, que quando nos damos conta , o tempo passou, a relação perdeu aquele brilho do começo, e as pessoas mais interessadas no assunto, se perderam completamente um do outro e se vêm sozinhos mesmo estando morando na mesma casa. E é assim, que começa a acontecer uma separação. Dificilmente as pessoas se separam por causa de um único motivo. As separações começam a acontecer, na maioria dos casos, anos antes do veredito final.

Um balde não derrama por causa de uma única gota, ele derrama porque já estava cheio. Assim como as separações. E não é pra nos separar que um dia resolvemos nos entregar de corpo e alma para alguém que até pouco tempo não sabíamos nada a respeito, e que era praticamente um estranho.Não é para terminar uma relação, que um dia a começamos, e investimos todas as nossas fichas nela.

Quando resolvemos cair de cabeça numa relação, é porque existe um desejo  recíproco de viver intensamente um amor que, a que tudo indica, é verdadeiro.

Não percamos mais tempo com discussões infundadas. "... vamos viver tudo que há pra viver... vamos nos permitir..."


" A VIDA É BREVE E O AMOR MAIS BREVE AINDA."
                                                                    Mário Quintana

2 comentários:

  1. Concordo com você Kelly, não inventaram nada pior que esse tal de "discutir a relação".

    Não sei se por eu ser meio artista, não pensar de forma muito linear, sei lá. Pra mim tudo é meio orgânico, vem naturalmente, com o tempo, ou melhor, em tempo real. Discutir relação tem um quê de "corporativismo", um ar de reunião da firma, sei lá. É um tédio.

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  2. Oi Rodrigo, é verdade!!! Tenho pensado e repensado inúmeras vezes sobre isso, e estou chegando a conclusão de que é pura perda de tempo.
    Acho que é melhor aproveitar o tempo com as coisas boas da vida! Mesmo porque, ainda não vi nenhuma "DR" terminar com uma solução plausível. Enfim, é sempre a mesma coisa...
    Obrigada pelo comentário!!!
    Beijo

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