"... Por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim.

Doce ou atroz, manso ou feroz... eu, caçador de mim..."

Milton Nascimento











quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Um ano do blog


Dia 11 de fevereiro fez um ano que eu postei o meu primeiro texto aqui no blog.
Comecei com uma idéia despretenciosa de registrar aqui algumas coisas minhas , como se fosse nas páginas de um diário mesmo. E assim passou a fazer parte da minha vida de uma forma muito especial.
Nunca tive a intenção de divulgá-lo, nem ter inúmeros seguidores e milhões de acesso.
A minha intenção era somente ter a oportunidade de por em prática o hábito de escrever, que eu gosto tanto e que me faz tão bem.
Os meus (poucos) seguidores, são fundamentais pra mim. Adoro quando tem um comentário em algum post, e fico muito feliz em poder compartilhar  os acontecimentos da minha vida.
Obrigada por estarem aqui fazendo parte dos meus dias sempre.
Muitas coisas aconteceram nesse um ano. E cada post foi relacionado com alguma dessas coisas. E ter a liberdade de escrever aqui me faz ter a sensação de que alguns acontecimentos  tiveram uma proporção bem menor devido ao fato de eu ter conseguido falar sobre o assunto, mesmo sendo através do blog.
Relendo os posts antigos, pude perceber o quanto eu amadureci, quantas coisas eu aprendi, tantas outras eu superei.
Portanto, espero poder continuar escrevendo aqui por mais infinitos anos.
Mesmo que talvez alguns posts passem despercebidos, não sejam lidos, serão pra sempre o registro de algum momento marcante da minha vida.


" ... Se chorei ou se sorri, o importante é que emoções eu vivi..."

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Aprendendo a dirigir


Finalmente, aos quase trinta e dois anos, estou aprendendo a dirigir. Entrei na auto escola em setembro, fiz aquele tal de pisicotécnico sem ter a menor idéia de pra que serve aquilo. Coisa mais sem noção. Daí vieram as aulas de legislação. Quase dois meses sofrendo com aquelas aulas que do meu ponto de vista também não serviram pra nada. Aliás, até que serviram pra alguma coisa. Porque eu consegui passar no exame teórico.
Mas, o pior ainda estava por vir. As temidas aulas de direção.
Nunca peguei um carro na vida. Sempre fui daquelas passageiras que não querem nem saber como é que faz pro troço andar. Eu quero mais é chegar ao meu destino.
Primeira aula, sofrimento terrível. Coração batendo a mil por hora, a mão suada, o corpo todo trêmulo, e a sensação de que jamais iria conseguir tirar o bendito carro do lugar.
O instrutor é bem gente boa. Sossegado. É o meu oposto, completamente. Enquanto eu estava me descabelando de nervos, ele estava lá, só na tranquilidade. É a paciência em pessoa.
Aruma o banco, ajeita os retrovisores, coloca o cinto, pisa na embreagem ( onde é que fica isso mesmo?), pisa no freio, coloca o câmbio no ponto morto ( nesse momento quem está quase morta sou eu) , liga o carro, seta pra esquerda, olha nos retrovisores e coloca a cabeça pra fora pra ver se não vem ninguém, coloca o câmbio na primeira marcha, solta o freio de mão, vai soltando a embreagem devagar até sentir o carro tremer, aos poucos vai soltando o freio, cuidado pro carro não apagar, acelera e sai... aff! Muita coisa pra uma cabeça pensar sozinha! Isso é uma tortura! Todo dia a mesma coisa! Acho que vou enlouquecer!
Não estou sendo treinada pra tirar habilitação, não pode ser. Porque alguém precisa sofrer tanto pra aprender a dirigir. Sempre soube que nunca tive boa relação com os veículos de quatro rodas. Tenho trauma.
Tive um par de patins que eu detonei e não aprendi a andar. Saía com eles nos pés e voltava descalça com eles nas mãos. Skate então, nem se fala. Nunca consegui sair do lugar. As vezes que arrisquei me renderam vários ematomas. Definitamente, acho que não nasci pra isso.
É tão bom entrar no carro, com o motorista do lado, sem ter a menor preocupação a não ser a de colocar o cinto de segurança. Sem ter que me desgastar tanto e ficar quebrando a cabeça pra lembrar o que é mesmo que eu tenho que fazer agora?
Quarta feira completo dez aulas. O mínimo são vinte pra poder fazer o exame.
Isso mostra que o meu sofrimento ainda vai longe...
Aff...

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Recomeçando ... no divã


Depois de meses sem escrever, hoje resolvi aparecer por aqui novamente.
Tinha parado um pouco. Tava dando um tempo pra ver se a vida tomava outro rumo, ou se eu conseguia me encontrar definitivamente.
Muitas coisas aconteceram desde o último post. Muitas mesmo...
Andava meio cansada de tudo! Da mesmice em que eu estava me transformando... É isso mesmo!! Eu estava sendo a mesma coisa todo dia. E isso enche!
Precisei me desligar de algumas coisas, e me ligar mais a outras, pra poder  (  pelo menos tentar) entender o que eu realmente quero pra mim.
Escrever sempre foi o meu divã. Mas nesses ultimos meses, estou tendo a oportunidade de conhecer um outro divã que até então me metia medo, e por quem eu sempre apresentei uma profunda resistência.
É... tô falando do divã do analista mesmo! Aquela caminha diferente, aquele ambiente tranquilo, onde eu posso ser eu mesma a todo tempo, sem precisar de usar de artimanhas ou de me fantasiar ou me disfarçar. Aquele lugar tão especial onde eu consigo colocar pra fora todos os meus medos, as minhas neuras, as minhas inseguranças, sem ser julgada, sem ser cobrada, sem ninguém me apotando ou me crucificando.
Aquele lugar tão mágico, que consegue tirar de mim tudo que estava guardado, como se fosse um baú tirado bem lá do fundo do mar.
A cada semana, descubro em mim algo novo e saio de lá com a sensação de que cada vez mais quero me (re) descobrir.
Tenho conhecido novas formas de encarar a vida e de deixá-la um pouco mais leve. Estou aprendendo a superar os meus limites, a enfrentar o desconhecido, e principalmente a me "permitir".
Essa é a palavra de ordem em praticamente todas as sessões. Estou aprendendo a me permitir viver a vida com mais leveza, sem me culpar ou me cobrar tanto, me apedrejando e me crucificando menos. Fazendo assim, as coisas terem um peso bem menor do que eu acredito que elas tenham.
Estou me permitindo dar abertura pra que as pessoas se aproximem de mim e conheçam quantas coisas boas eu trago guardadas. Estou me permitindo aproximar mais das pessoas também. Estou me permitindo sorrir mais, arriscar mais, alçar vôos mais altos, ter mais liberdade, ser eu mesma...
A terapia tem me feito entender que eu não preciso viver armada a todo tempo. Que eu posso tudo que eu quiser, de maneira equilibrada, sem precisar passar por cima de ninguém, desde que eu me permita isso.
Estou aprendendo que a vida é linda e que vale a pena buscar outros caminhos, quando aqueles que escolhemos são duros demais.
Estou aprendendo  acima de tudo, que eu sou a coisa mais importante da minha vida e que eu mereço ser feliz...sempre! Custe o que custar! Desde que eu me permita e me disponha a fazer isso...todos os dias ...

P.S: Obrigada doutora, por me ajudar a cada semana a me redescobrir e por me encorajar a perceber que eu sou capaz de muito mais do que um dia eu imaginei que poderia ser!