"... Por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim.

Doce ou atroz, manso ou feroz... eu, caçador de mim..."

Milton Nascimento











segunda-feira, 25 de julho de 2011

A morte de Amy Winehouse


Desde sábado, não se fala em outra coisa em todos os canais de televisão, a não ser a morte de Amy Winehouse.
Nunca fui fã de suas músicas muito menos do seu comportamento, mas foi inevitável ter ficado chocada( e revoltada) com a notícia. Uma mulher linda, com uma voz maravilhosa e um belo futuro pela frente, não fossem as escolhas que ela fez ao longo dos seus vinte e sete anos.
Como foi divulgado, vários artistas pra lá de especiais se foram com essa idade e nas mesmas condiçoes que Amy.
Uma pena!!!

Pessoas que vieram nesse mundo com um brilho diferente, com oportunidades desejadas por tantos outros jovens, e com tão pouca estrutura pra sustentar tudo que o sucesso pode oferecer.
E aí, no meio de tantas notícias e da ênfase que a mídia dá pra essas "celebridades" comecei a refletir sobre uma realidade que está muito mais próxima de nós, que faz parte do nosso mundo.

Quantas famílias, somente no Brasil, perdem seus filhos com muito menos idade e na maioria das vezes com nenhum futuro promissor, vitimas das drogas e do álcool? E que ninguém nem fica sabendo.

Quantos filhos de pais lutadores já morreram nas mãos de traficantes ou de policiais por falta de sorte ou de dinheiro pra sustentar os seus vícios tendo como a única forma de pagamento as suas vidas?
E a mídia noticia um caso ou outro, isoladamente, e a notícia deixa de ter importância logo após o primeiro comercial.

Mas com a Amy Winehouse é diferente... Ela tem o Fantâstico inteiro à sua disposição, pra contar da sua vida conturbada e dos seus momentos de decadência. Assim como todas as outras emissoras, mudaram completamente a sua programação para evidenciar a morte da mulher que nos ultimos tempos foi notícia com seus escândalos e seu comportamento agressivo.

Não tenho nada contra ( nem a favor) a Amy Winehouse, não sei praticamente nada da sua vida, a não ser as coisas que a televidão faz questão de mostrar e que praticamente nos obriga a ouvir ( a menos que a gente desligue a televisão)  e também não tenho o menor interesse em saber, mas fico indignada com a forma que a mídia trata essas coisas. Como se a mulher agora passasse a ser o símbolo do mal exemplo para os jovens de vinte e poucos anos que têm seus sonhos e que lutam com muita dificuldade pra conseguir um lugar ao sol.

Pobre quando morre por causa de drogas ou foi baleado numa operação policial ou porque tinha uma dívida com algum traficante poderoso, sai nas páginas policiais ( quando sai) de algum jornal local numa notinha bem pequena no canto da página e vinte minutos depois todo mundo já esqueceu.

Rico quando morre por causa de drogas, foi overdose, vira um ícone do mundo das celebridades, ganha todas as homenagens e méritos e será lembrado eternamente pelos seus exageros, e daqui cinquenta ou sessenta anos ainda se ouvirá falar do assunto, assim como ainda se ouve falar de Janes Joplin, Jimi Rendrix e Kurt Cobain...

E assim, a vida continua....

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