"... Por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim.

Doce ou atroz, manso ou feroz... eu, caçador de mim..."

Milton Nascimento











sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Ai, ai...


Há dias não escrevo nada de "meu" por aqui. Talvez seja por falta de inspiração, falta de tempo, desinteresse, desânimo, cansaço, ou, por algum outro motivo que esqueci de citar.
A vida anda tomando conta de mim. A correria do dia a dia tem me feito esquecer de fazer coisas simples como bater papo com um vizinho, ler um livro, ouvir uma boa música, fazer uma caminhada no final da tarde,  fica à toa de papo pro ar pensando em qualquer outra coisa que não seja o trabalho, as contas pra pagar, a ida ao supermercado ou ao dentista. As vezes tenho a sensação de que o dia não tem mais vinte e quatro horas e que as coisas que tenho pra fazer simplesmente triplicaram.
Onde será que vou parar? Estou me acabando sem ter a menor noção disso. Ou as vezes até tenho noção da proporção que isso vem tomando na minha vida , mas, não faço a menor idéia de como mudar a situação(ah! também nem sei se quero realmente mudar).
E como o meu corpo reclama! Eu ultimamente estou descobrindo que sou a "Maria das Dores". Nunca senti tanta dor pra todo lado. Eu sei que isso se dá ao fato da idade também ( os 31 anos estão pesando sobre as minhas costas), sei que não tenho mais a mesma disposição para passar uma noite inteira na balada, que ando preferindo os programinhas de casais acomodados que só saem de casa pra comer. Isso quando não preferimos pedir uma pizza pra não ter nem que sair. Mas não é só por causa disso não. O rítmo acelerado dos dias também contribuem ( e muito) pra que eu deixe cada vez menos de fazer as coisas que gosto, pra aproveitar melhor o mísero tempo que me sobra ( e quando sobra) pra descansar, pra dormir até mais tarde, pra ficar jogada no sofá.
Até que tenho vontade de me aprontar, fazer uma maquiagem escândalo, calçar um belo par de saltos e sair arrasando por aí, de tomar todas e curtir a noite até o sol raiar, mas quando eu penso que depois vou precisar de quase uma semana pra me recuperar, desisto da idéia e troco tudo por um velho pijama, um rabo de cavalo e as minhas pantufas de sapo ( marido nenhum merece ver isso, mais o meu vê sempre) e entrar em estado de êxtase no colchão jogado no chão da sala e só sair de lá quando o domingo terminar...
Quando o celular desperta pela manhã a vontade que tenho é de bater tanto nele, de jogá-lo contra a parede umas mil vezes só pra me certificar de que ele nunca mais vai gritar: "É hora de levantar, são seis horas e trinta minutos". Eu odeio essa frase. Tenho pavor quando aquela mulherzinha lazarenta começa a falar isso sem parar na minha cabeça. Já saio da cama estressada com ela.
Queria descobrir quem foi FDP que inventou esse maldito toque de despertar, e o pior, como alguém em sã consciência decidi usar o maldito toque. Só uma louca de pedra como eu mesmo. É pura auto destruição. E como se isso não bastasse, ainda coloco o celular no modo "soneca" pra que a "maledita" fique repetindo a cada dez minutos. É o ápice da loucura mesmo. Ninguém normal iria querer acordar ouvindo uma coisa insana dessas. Acordar já é triste demais pra ter que ser assim. No mínimo teria que ser uma música calma pra dar mais vigor e diposição e tornar o momento menos desagradável.
Ai, ai... vidinha mesquinha!
Hoje, sexta feira, aqui estou eu relatando o momento mais sórdido dos meus dias e já pensando que amanhã é sábado e que eu bem que poderia dormir até mais tarde, não fosse a minha mania de pensar que apesar de todo estresse, eu não consigo ficar na cama enquanto o sol está estalando lá fora. Passar a metade do dia na cama definitivamente não dá.
Por isso, já estou preparando o meu roteiro pra cair da cama cedo e sair pra bater perna com a minha mãe. Entrar em todas as lojinhas do centro da cidade, futricar cada canto, ver as novidades do mundo fashion, comprar esmaltes, creme pro cabelo,  ver gente, andar pra lá e pra cá com a maior satisfação do mundo, visitar a vovó, comer besteira, até que o sábado termine e eu volte pra casa "mortinha da silva" e prontinha pra encarar uma sessão de filmes, comer mais besteiras e me jogar de novo no colchão no chão da sala e só sair de lá quando o domingo terminar...
Ai, ai... vidinha mesquinha!

2 comentários:

  1. A gente se perde em tantos afazeres, tantas coisas pra se lembrar, para pensar que os dias parecem mesmo cada vez mais curtos.
    Travo uma luta diária contra a mesmice e nem sempre saio vencedor, aliás, pouco venço pra ser sincero...
    O jeito é nunca desistir!

    Faça como eu, coloque uma música que vc gosta no despertador! rsrsr

    Um grande beijo e um ótimo fds!

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  2. Amiga estamos iguais então, a única diferença é o marido que ainda não tenho.rsrsrsrsr...
    Bjos te amo muito.

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