"... Por tanto amor, por tanta emoção, a vida me fez assim.

Doce ou atroz, manso ou feroz... eu, caçador de mim..."

Milton Nascimento











quarta-feira, 26 de maio de 2010

Descobrindo o amor maior

Ultimamente tenho vivido num mundo basicamente meu. Acho que a gravidez tem provocado isso. São inúmeras transformações, principalmente de comportamento, de sentimentos, coisas que eu talvez não esteja conseguindo lidar muito bem.
Sinto uma necessidade imensa de ficar sozinha, chega a ser quase uma depressão profunda, mas que na verdade, não está me causando nenhum dano. É como se nesse momento, eu precisasse me conhecer melhor.
Tudo passou a ser tão complexo. Tenho uma necessidade súbta de me resguardar, como uma lagarta no casulo.
 Me sinto estranha com relação às outras pessoas. E percebo que as pessoas também me acham diferente.
Estou vulnerável. Aliás, mais vulnerável! Me sinto perdida e ao mesmo tempo em êxtase. Uma confusão de sensações têm tomado conta de mim, me fazendo perder completamente o controle.
Os dias parecem mais longos e as noites intermináveis. A hora não passa. A cada segundo que olho no relógio, tenho a sensação de que o ponteiro permanece parado no mesmo lugar.
A minha paciência está bem menor do que de costume ( já não tinha quase nenhuma), acho até que nem existe mais. Estou intolerante, mau homorada, sem graça.
Um sono intenso me pega no meio da tarde, como se me nocauteasse a todo tempo. O meu corpo não corresponde aos comando do meu cérebro.
A minha vontade é de hibernar durante uns cinco dias ... no mínimo.
Noto que,  meu olfato , está muito mais aguçado e seletivo também. Alguns dos cheiros mais comuns passaram a ser insuportáveis. A minha sensibilidade está a flor da pele. As mudanças físicas começam a aparecer de mansinho. O cabelo mais oleoso, a pele com algumas espinhas. Sinto como se o meu corpo estivesse em mutação.
Mas existe algo em mim que mudou desde os primeiros segundos em que descobri que vou ser mãe: o meu coração!
 Esse sim sofreu uma mutação profunda. Os sentimentos em mim se tornaram tão intensos e tão fortes que me dão a sensação de que nada mais poderá me deter. Aqui dentro do meu peito nasceu um amor diferente de todo tipo de amor que já senti nessa vida.
Agora não me sinto mais só. O fato de descobrir que vou ter um filho(a), me faz ter um senso de responsabilidade que nunca tive antes, me faz ser tão forte, me dá sede de viver, me alimenta.
O meu coração agora bate por dois. Ele não pode parar. Eu sou movida vinte e quatro horas por esse amor que só uma mãe tem o poder de sentir.
Hoje, mesmo que essa sementinha seja ainda tão pequenina, posso dizer que reconheço e sinto todo amor dedicado a mim por minha mãe.
E isso só me faz querer ser sempre cada vez mais uma mulher como ela!

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